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Quando a nossa ansiedade passa a ser doença? 

O Transtorno de Ansiedade Generalizada, o TAG, é um transtorno psiquiátrico reconhecido desde o século XIX pelos estudiosos, mas pouco conhecido do grande público e que passou a fazer parte do grupo de doenças psiquiátricas mais comuns nos dias atuais. O TAG pode estar presente em 1 a cada 13 pessoas, predominando nas mulheres. 

A característica essencial do TAG são as preocupações exageradas e desnecessárias sobre várias questões do dia-a-dia como o trabalho, família, vida financeira e saúde. O indivíduo pode relatar medos e apreensões intensas ou pode sempre encarar de maneira pessimista os eventos do cotidiano "pensando sempre no pior". Outro ponto chave é que o indivíduo não se sente capaz de controlar essas preocupações, e como consequência o estado ansioso interfere no seu desempenho no trabalho/escola, na vida social e familiar. 

A pessoa com TAG costuma ser muito preocupada, detalhista, sensível emocionalmente, referir sensação de " nervos a flor da pele", irritação, cansaço, dores e prejuízos de memória. Sensações estranhas corporais como batimentos cardíacos acelerados, falta de ar e tonturas são comuns. Muitos pacientes, por desconhecimento do problema, visitam vários especialistas buscando explicações para os sintomas, recebendo o diagnóstico e tratamento somente em um momento mais tardio. A presença do TAG aumenta a chance de ocorrência de outros transtornos psiquiátricos como Depressão, Transtorno do Pânico e Dependência de Substâncias Químicas. 

Muitos podem se perguntar como diferenciar a ansiedade normal, parte do nosso dia-a-dia, do TAG. “De uma forma geral, quando a ansiedade é intensa e desproporcional, persiste por muito tempo e causa desgaste no trabalho, na vida social e familiar, deve ser considerada anormal e necessita da intervenção de um especialista.” 

Como a origem do transtorno tem relação com predisposição genética e familiar à ansiedade, acontecimentos marcantes e traumas, doenças médicas, características da personalidade e hábitos de vida, o tratamento costuma ser individualizado e envolver diversas abordagens como uso de medicações específicas, psicoterapia, mudanças de alguns hábitos de vida, mudanças do esquema de crenças e de comportamentos que, diante de acontecimentos do cotidiano, reforçam os sintomas. “Se detectado e tratado corretamente, os sintomas do TAG podem ser resolvidos por completo, com ganhos enormes em termos de qualidade de vida, de trabalho e de relacionamentos.”

Dra. LAIS FARDIM NOVAES

CRM ES 10.437

RQE 8970 - PSIQUIATRIA

RQE 9014 - MEDICINA DO SONO