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Quem já deu uma “stalkeada”?

Esse termo é mais comum do que imaginamos, afinal, quem nunca quis “investigar” alguém? Ainda mais com as redes sociais, que são ferramentas que permitem tais investigações e estão disponíveis para todos nós. Até aí tudo bem em só buscar informações de uma pessoa, o problema é quando essa atitude se torna persistente e constante.

A palavra stalkear é derivada do verbo inglês "to stalk", que significa perseguição obsessiva, e como esta prática vem aumentando constantemente, o crime foi incluído no Código Penal Brasileiro em 2021, popularmente chamada de “lei anti-stalking”.

Esse ato pode trazer consequências psicológicas e/ou físicas para a vítima, podendo até atingir o risco de vida, através de suicídio. As vítimas são, em sua maioria, a população feminina, e pasmem, com alta prevalência entre os profissionais de saúde mental que prestam atendimento ao agressor. Um estudo britânico encontrou uma prevalência de 35% de vitimização por stalking entre psiquiatras.

Embora pouco estudado cientificamente, os psiquiatras têm sido envolvidos nesse fenômeno, de várias formas: avaliação e tratamento de pacientes vítimas dessa perseguição, no tratamento do agressor, e ainda no campo da psiquiatria forense, quando se configura o crime de assédio moral, o psiquiatra pode ser convocado para realizar avaliações de responsabilidade penal e avaliação de risco dos agressores, atuar nas demandas judiciais das vítimas, bem como na avaliação da necessidade de violação do segredo profissional.
Geralmente o agressor é portador de distúrbios psiquiátricos como: transtorno de personalidade, transtorno bipolar, depressão e transtorno psicótico, necessitando de atenção e tratamento psiquiátrico adequado.

Ainda são necessários muitos estudos para melhor compreensão e realização de estratégias eficazes de prevenção.

Beijos,
Dra. Lais Fardim Novaes