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Proponho a seguinte reflexão: se há doença há que se ter um tratamento. Mas e quando vemos doença ou medicalizamos a normalidade? E quando exigimos remédio pra dor humana, natural e às vezes necessária alguns dias ou momentos da nossa vida?
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Nas primeiras horas da madrugada, o nome de um medicamento costuma virar assunto frequente nas redes sociais: zolpidem. Desenvolvido para tratar a insônia, o remédio virou um queridinho no Brasil, principalmente entre os mais jovens — preocupando autoridades devido aos seus efeitos colaterais e quadros de dependência. Tudo isso levantou um debate de saúde pública. Assim como o zolpidem, muitos outros remédios são ícones de uma sociedade que passou a consumir mais medicamentos após a pandemia (há o comprimido pra dormir, mas também o de acordar; o pra sorrir; emagrecer e até o pra transar). Segundo um levantamento realizado pelo Conselho Federal de Farmácias, 100 milhões de caixas de medicamentos controlados foram vendidos em 2020, representando um aumento de quase 20% em comparação com os 12 meses anteriores a pandemia.
É verdade que os remédios vieram para ajudar muita gente e, em muitos casos, quando há acompanhamento médico adequado, ajudam a lidar com o sofrimento psíquico. Mas como saber se estamos passamos do limite do uso de medicamentos?
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